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PAÍSES NÓRDICOS: um banho de cultura e civilidade

Se tivesse que escolher apenas uma reflexão para toda essa viagem, resumir em uma palavra o que mais me impressionou, eu diria simplicidade. É assim que vivem os habitantes nos países nórdicos.


Há algumas semanas, estive na Noruega, visitando minha filha Joana. Começando por Oslo, depois Bergen e os maravilhosos Fiordes. O que vi?





Um país de 5,5 milhões de habitantes, dos quais 635 mil moram em Oslo (Colina dos Deuses). O estereótipo é real... Falo das pessoas nas ruas, da tez branca, da paleta de tons amarelos nos cabelos e de todas as gamas de verde e azul nos olhos. Porém, como em todas as cidades europeias, já se notam sinais, ao meu ver, maravilhosos, da imigração africana e árabe, alguns com trajes típicos.


A arquitetura híbrida de estilo moderno e histórico dos países Nórdicos (que também vi na Suécia, Dinamarca e Finlândia) predomina nessa região do Planeta, que é minimalista ao extremo. Eu, particularmente, adoro.





Foram 3 dias maravilhosos em Oslo, desenhados para experiências de todas as naturezas: sol, calor (relativizando claro), chuva, frio e flocos de neve em plena primavera. Incrível cidade, transporte urbano perfeito, ônibus, trens e metrôs de superfície.


Porém, o barato é andar e olhar tudo, desde o comportamento das pessoas que não se olham e comungam do padrão de “bom dias” e “boas noites” trocados nas ruas e nos elevadores, como fazemos no Brasil. São bem mais fechados, mas longe de serem antipáticos. Olham pra frente o tempo todo... E quase todo mundo, pelo menos em Oslo, com fones nos ouvidos.


Normalmente, odeio ficar evidenciando dicas de restaurantes e nunca, nunca indico e não peço indicações, acho uma bobagem. Vou no orgânico e no Sr. Google. Nunca falha. E odeio almoçar indefinidamente, perda absurda de tempo. Café da manhã reforçado, lanche no almoço e jantar com gosto e vinho.


Até porque na maior parte “desse mundo” o dia termina cedo, então o jantar normalmente acontece entre 18h e 21h. Com exceções, claro. Jantamos em maravilhosos restaurantes. O barato é acordar cedo e andar pelo menos entre 3 e 4 horas.


Como a cultura é diferente, quando viajamos, perguntamos, pesquisamos, lemos tudo antes de ir, sobre museus, espetáculos, shows etc. E com prazer indico a amigos que vão pós nossa passagem pelas cidades que ficam na memória, o que vale a pena nas áreas da cultura e caminhadas urbanas e em parques.


Em Oslo, foi um paraíso! Destaco dois extraordinários momentos:


1- O país respira Edward Munch, pintor da famosa tela O GRITO. Se não se lembra, dê um Google. Sensacional! Tem um Museu todo dedicado ao artista, com arquitetura incrível. Sacanagem ser lembrado apenas por essa tela, pois sua obra contempla centenas de telas maravilhosas. Sua vida foi intensa. Imperdível.


2- A Ópera House, de Oslo, é escandalosa (assim como a que mencionei na viagem da Islândia, em Reykjavik). E tinha um espetáculo agendado de dança da coreógrafa Crystal Pite (super famosa de nacionalidade canadense) que usou a orquestra e os bailarinos da Noruega. Desenhou em sua arte (uma coreografia) uma homenagem aos refugiados. Sem melodramas: nunca vi nada igual. Choramos eu, Cris e Bui, além de dezenas de pessoas. A tradução dos movimentos com composição musical desenhada para o espetáculo ou vice-versa. 3 atos de genialidade humana.


A cultura alimenta a alma.

De alma lavada saímos de Oslo❤️


De Oslo, partimos para Bergen de trem, numa das viagens consideradas por “turistólogos” uma das mais lindas do mundo. São 7 horas que passam em 7

minutos. Que cidade simpática e linda, além de chuvosa e fria. Ficamos na casa de Randi, naquele formato de “Home Exchange”. Casa linda, de boneca, diria, que ocupamos por dois dias na chegada e dois ao final. Nos 3 dias do meio, exploramos uma das regiões mais lindas do mundo: os Fiordes ou, como dizem por lá, Fjords, que significa braço de mar entre as montanhas. Incrível.





Pudemos viver a experiência que todos viveremos em algum momento: andar de carro elétrico. Tenso! Mas rapidamente super Bui já tinha os aplicativos e viramos craques no “carregamento desse combustível”.


Dormimos no Ullesvang, um Hotel do século XIX. De lá, exploramos por carro, barco, trem antigo que subia montanhas, trem modernos... Quase voamos de helicóptero! Lugares deslumbrantes, inóspitos, paisagens de cartão postal, olhando como o mundo é diverso.


Se tivesse que escolher apenas uma reflexão para toda essa viagem, resumir em uma palavra o que mais me impressionou, eu diria simplicidade.


É assim que vivem os habitantes nos países nórdicos. Entre as camadas mais rica e mais pobre, existe um estreitamento. A exteriorização de riqueza que vemos como uma cultura em alguns países, em especial aqui no nosso, é quase uma chacota.


Todo mundo faz tudo em sua própria casa. Pessoas interessantes. Foco na educação, no design. A infraestrutura é para as pessoas e não para empreiteiras. Quer um exemplo? No Aeroporto de Copenhagen, você sai do desembarque e a menos de 50 metros já desce para estação de trem e metrô que te leva para qualquer lugar da cidade ou do país.


Tragicômico que nosso metrô para Guarulhos levou décadas para ser construído e quando ficou pronto, descobrimos que a estação está a 1 km de distância do aeroporto. Por quê? Um modelo mental de sociedade explica...


Como explica a opção que Joana fez nessa etapa de sua vida, em morar nesse frio distante, mas onde é respeitada e tudo funciona. Assim é o Reino da Dinamarca.


Lugar em que a prioridade são as pessoas, onde tudo é desenhado para a sociedade.

Hoje, debatem como preparar as duas próximas gerações para um mundo complexo que está por vir. Nesse fluxo, Joana se especializa. E nesse país, a querem justamente pela contribuição que pode dar por ser brasileira, morena, culta e viajada.




“E agora, professora. Como perdê-la?”

Assim pensam.

Um modelo mental.


Obrigado pela leitura!

Até breve

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